segunda-feira, 28 de julho de 2014

O Relógio



Dona Clock, às altas horas, dá volta e meia em torno da praça Circunferência; click.

Sempre, constantemente, no pulso, um impulso: tic tic tic, tac tac tac. O Balancim dá sua força na relação de seu Ponteiro e dona Hora.

Os anéis que atestam a relação, comprovam diante dos sinos; no ponto: o encontro.

Créque... créque... créque: Acorda dona Corda. Determinada, envolve, resolve e sacode o mecanismo da relação.

- Pois não?

- Sabe tu, que esse namoro com esse sujeito não tem jeito, pois como eu bem sei existe um defeito. Portanto não enfeite, senão a paz não encontrarás: enfrentarás portanto um temor sem fim, toda hora e não acabará só assim o seu ódio de mim. Orgulho meu? Longe tu vás, ligeiro sem demora.

Uma longa pausa...

- Duas de suas horas passadas, dona Corda acorda, discorda de seu acordo feito entre nós, a sós...

- Minha cabeça fica a martelar com pensamentos em vão. Minh'angústia, que bate, rebate... (Sempre na pior hora) não aguento mais a solidão.

Segundo, minutos, horas se passam e as coisas não conseguem engrenar a contento. No quarto de Hora, nada se ouve além de um apertado desabafo: - Longe, distante ouço o tilintar de uma confissão apaixonada que aperta, ao tempo que atrasa meu coração.

Dias depois, a hora mais aguardada do casal se aproxima; durante a festa de seu Giácono, Ponteiro e Hora se movimentam no Relógio e eis que surge a oportunidade do encontro.

Hora, encontra-se com sacerdote Horácio. Em sua confissão de fé, o missionário promete dar uma mão na relação.


- Senhor sacerdote, não aguento mais essa relação, às vezes acho que posso ficar com os parafusos soltos, não aguento mais! Para fuso! Disfusa relação.

- Filha minha, esperai com paciência a festa de Cronos, vosso Pai, pois tenho certeza que sua força divina ajudará sua mãe compreender vosso amor com Ponteiro.

Pouco tempo depois, a oportunidade se aproximara, eis que surge a oportunidade: a beata, mãe de Hora está parada no ponto da celebração.

Na hora certa, Ponteiro e seu amor Hora, aproximava-se com receio da senhora. Eis que como força do destino dona Corda concorda com a relação entre dois corações.

A partir do dia prometido e tão esperado nada mais foi com antes.

A ranzinza senhora sentiu um toque mais que especial em seu ermo coração; finalmente dona Corda despertou de sua paranoia. 

Acorda o coração de dona Corda.

No dia esperado da celebração, o sentimento de amor tomou conta dos corações. Entre os dois só restava alegria e contentamento de um dia conseguirem livrar-se de toda aquela contenta.

A esperança enrolava e assim protegia-os bem do frio de uma angústia, que enrolava de impuros sentimentos e enferrujavam as engrenagens que movimentavam os passos dos seus destinos...


Luiz Gonzaga  



sexta-feira, 18 de julho de 2014

Poema provisório



Enquanto procurava o amor,
Procurava distrair-me falando sobre tal.
Pois nenhum coração ser amante consegue, 
Com louvor,
Desfragmentar-se do seio da prometida amante.

Avante!...

A procura do encontrar, em outro olhar, o brilho do estrelar 
Que ficou perdido no horizonte longínquo, lá atrás, em outro lugar.

Quebra!...

Diamante.

Somente um dia após, pouco a pouco...
Dia a dia, dia... Amante!

Luiz Gonzaga